Início de 2023: Quedas e Medo do Mercado
O ano de 2023 começou com um movimento de venda pesado por parte dos investidores no mercado financeiro brasileiro entre os dias dois e três de janeiro. Isso foi caracterizado por uma queda de 5%, com quedas diárias de 3,06% e 1,47%, respectivamente. Havia medo palpável no mercado principalmente devido às ações do governo do presidente recém empossado, Luiz Inácio Lula da Silva.
Investidores sentiram o impacto particularmente nas ações da Petrobras, com ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) caindo 6,67% e 6,45%, respectivamente. Lula, surgiu com ataques contra os lucros exorbitantes da petroleira e sugeriu revogar medidas que iam em direção à privatização das estatais, levando a um temor no mercado de que o novo governo seguiria por um caminho de “gastança”.
Escândalo da Americanas Impacta a Bolsa
No dia 12 de janeiro, o mercado financeiro brasileiro sofreu outro grande golpe: o escândalo da Americanas (AMER3). As ações da empresa despencaram, levando a preocupações em todo o setor de varejo de que casos semelhantes poderiam ocorrer.
- Os papéis da varejista, que antes apresentavam a maior alta do Ibovespa no mês, tornaram-se a maior queda de 2023.
- O valor de mercado da companhia desabou de R$ 10,83 bilhões para R$ 2,45 bilhões.
Ganhos Positivos: Abril de 2023
No entanto, nem tudo foi negativo. Em 11 de abril de 2023, o Ibovespa teve seu primeiro pregão marcante do lado dos ganhos com uma impressionante alta de 4,29%. Os investidores foram animados por uma surpresa positiva com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, que veio abaixo do esperado.
Recorde Histórico de Quedas
Em uma reviravolta dos acontecimentos, 17 de agosto viu o Ibovespa registrar seu recorde histórico de maior sequência de quedas. O índice caiu 13 pregões consecutivos, acumulando perdas de 5,71%. Este movimento parecia ser motivado por realização de lucros e preocupações com a economia chinesa.
Novo Recorde em Dezembro
Ao final do ano, em 14 de dezembro, o Ibovespa superou sua máxima de fechamento em moeda local pela primeira vez no ano, chegando aos 130.842 pontos. A mudança veio após sinalizações brandas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, o que levou a uma percepção de que as taxas passariam a ser acomodadas em níveis mais compatíveis ao apetite por risco.
Apesar de um ano marcado por volatilidade, o Ibovespa conseguiu fechar 2023 em um ponto muito forte, ilustrando a resiliência do mercado financeiro brasileiro.