Após a euforia com os resultados de Meta e Microsoft, que impulsionaram o S&P 500 e a Nasdaq a novos recordes, o mercado financeiro aguardava ansiosamente os balanços de Apple e Amazon. As duas gigantes da tecnologia, que divulgaram seus números após o fechamento do pregão, apresentaram cenários distintos, gerando reações mistas entre os investidores.
Apple Brilha com iPhone e Serviços
A Apple (AAPL) fez sua parte, entregando um desempenho notável no terceiro trimestre fiscal de 2025, encerrado em junho. A companhia registrou seu maior crescimento de receita desde dezembro de 2021, um sinal claro de sua força e resiliência. O lucro líquido atingiu a marca de US$ 23,43 bilhões, com lucro ajustado por ação de US$ 1,57, superando as expectativas dos analistas.
As vendas totais somaram US$ 94,04 bilhões, acima do previsto, impulsionadas principalmente pela performance robusta do iPhone, que gerou US$ 44 bilhões em receita. O segmento de serviços também se destacou, alcançando US$ 27,4 bilhões. Apesar de quedas na receita do iPad e Wearables, o CEO Tim Cook celebrou o crescimento global em todos os segmentos geográficos, reforçando a confiança na trajetória da empresa mesmo diante de desafios como tarifas, processos antitruste e a lenta implementação de inteligência artificial.
Amazon: Lucro em Alta, Mas Nuvens no Horizonte
Em contraste, a Amazon (AMZN) apresentou um balanço com lucro e receita superiores às projeções, mas foi penalizada no after hours de Nova York. No segundo trimestre, a gigante do comércio eletrônico registrou um lucro líquido de US$ 18,16 bilhões, um aumento de 34,7% em relação ao mesmo período de 2024. As vendas líquidas totalizaram US$ 167,7 bilhões, superando as expectativas.
O ponto de atenção, que fez o mercado “torcer o nariz”, foi a receita da AWS (Amazon Web Services), seu segmento de nuvem. Embora tenha atingido US$ 30,8 bilhões, um valor ligeiramente acima do previsto, a performance ficou abaixo da de rivais como Microsoft Azure e Alphabet (Google Cloud), que demonstraram crescimentos mais expressivos. Outro fator que pesou foi o guidance, ou projeção, para o terceiro trimestre: a Amazon estimou um lucro operacional entre US$ 15,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões, um intervalo que, na melhor das hipóteses, ficaria pouco acima do terceiro trimestre de 2024 e abaixo das expectativas de analistas, indicando uma postura mais conservadora.
Assim, enquanto a Apple reafirma sua liderança e poder de inovação, a Amazon, mesmo com números sólidos, enfrenta o escrutínio do mercado por sinais de desaceleração em seu pilar de nuvem e projeções cautelosas, refletindo a complexidade do atual cenário econômico e a alta competitividade no setor de tecnologia.
