A B3, nossa bolsa de valores, segue com recomendação neutra, de acordo com análises recentes. A expectativa é de que as receitas da empresa sofram uma queda, o que tem deixado o mercado em compasso de espera.
Na segunda-feira (14), a B3 (B3SA3) divulgou seus números operacionais de março de 2025. A XP Investimentos avalia que os resultados ainda refletem as incertezas macroeconômicas tanto no Brasil quanto no cenário internacional. Por volta das 10h49, as ações da empresa estavam em alta de 0,66%, cotadas a R$ 12,25.
No primeiro trimestre, o volume financeiro médio diário (ADTV) de ações e derivativos ficou abaixo do esperado pela XP, com quedas de 5% e 13%, respectivamente. A corretora considera que o desempenho trimestral ficou um pouco aquém das projeções iniciais.
A XP manteve uma postura cautelosa para 2025, já que o ciclo de aperto monetário deve continuar sendo um obstáculo para a retomada do mercado de capitais. No entanto, a renda fixa se mantém em um bom momento, com novas emissões totalizando R$ 4,770 trilhões no primeiro trimestre de 2025. Os derivativos de balcão também apresentaram melhora, atingindo R$ 3,982 trilhões.
Apesar das melhorias apresentadas nos últimos trimestres, a XP acredita que o ciclo de alta das taxas de juros pode impactar negativamente o futuro do mercado financeiro e o interesse dos investidores. Por isso, a instituição financeira manteve sua recomendação neutra para a B3, com preço-alvo de R$ 14.
O JPMorgan, por outro lado, observou que os volumes ficaram 2% abaixo das estimativas. Uma possível ajuda pode vir da leve queda no volume de co-location (serviço de hospedagem de servidores), que foi para 46,0% contra 46,4% no quarto trimestre de 2024, e no exercício de opções, que atingiu R$ 4,6 bilhões ante R$ 5,2 bilhões. Isso pode trazer um pequeno alívio nas margens de tarifas de ações.
Já o Goldman Sachs destacou que os dados de março mostraram um ADTV em ações um pouco menor, de R$ 25,1 bilhões. Porém, o banco ressalta que o ADTV de abril está bem mais alto, na casa dos R$ 27,6 bilhões. As receitas com ações e derivativos (excluindo ações) também tiveram uma queda em março.
Ainda segundo o Goldman Sachs, os volumes sob custódia e os registros apresentaram melhora, enquanto a unidade de financiamento teve um desempenho mais fraco no mês. O banco projeta que as receitas devem melhorar no primeiro trimestre de 2025, e que as despesas terão uma queda após a pressão do quarto trimestre de 2024.
Com isso, o Goldman estima que a margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita líquida) suba para 68,7%, um aumento em relação aos 66,6% do quarto trimestre de 2024, mas ainda abaixo dos 71,5% registrados no primeiro trimestre de 2024.
O JPMorgan manteve sua recomendação neutra e preço-alvo de R$ 14, enquanto o Goldman Sachs reiterou a recomendação de compra e elevou o preço-alvo de R$ 12 para R$ 13.