O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta um período de desafios, e a recuperação pode demorar um pouco mais. A CEO da instituição, Tarciana Medeiros, sinalizou que o terceiro trimestre de 2025 ainda trará um balanço “mais estressado”, mantendo a cautela para investidores e o mercado.
O Alerta da CEO
Medeiros explicou, em teleconferência, que os meses de julho, agosto e setembro ainda concentram vencimentos de operações na carteira do banco, impactando diretamente o resultado. Essa característica da carteira de clientes contribui para a pressão sobre os números. A executiva prevê que os sinais de melhora só devem surgir a partir do quarto trimestre, impulsionados, principalmente, pelo crescimento da margem financeira bruta – que representa a diferença entre o que o banco ganha com empréstimos e investimentos e o que paga por captações.
Metas para 2025 e o Caminho da Recuperação
Ainda que 2025 seja visto como um “ano de ajustes e revisão de processos”, o banco busca um patamar de lucro entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, conforme o guidance (meta projetada) divulgado. Embora esse valor seja reconhecidamente abaixo das expectativas do mercado e da própria instituição, Medeiros assegura que ele garante a robustez do balanço e a sustentabilidade da empresa. O objetivo é, a partir daí, retomar o crescimento da rentabilidade, ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), para níveis vistos em anos anteriores, um indicador crucial da eficiência do banco na geração de lucro sobre o capital investido.
O Impacto dos Resultados Recentes
O alerta da CEO surge após o Banco do Brasil (BBAS3) apresentar um balanço do segundo trimestre de 2025 que frustrou as expectativas. O lucro registrou queda e a rentabilidade (ROE) atingiu seu menor patamar em décadas. Além disso, a instituição anunciou uma redução nos dividendos aos investidores para 2025. Analistas de mercado apontam que fatores como o agronegócio, o aumento da inadimplência (clientes com pagamentos em atraso) e a necessidade de maiores provisões para devedores duvidosos (recursos que o banco separa para cobrir possíveis perdas com calotes) foram os principais responsáveis por esse desempenho aquém do esperado.
