O Banco do Brasil (BBAS3) enfrenta novas revisões negativas em suas projeções de lucro, conforme os dados do Banco Central (BC) de abril. Relatório do Bank of America (BofA) desta quarta-feira (2) projeta um resultado líquido de R$ 5,1 bilhões para o segundo trimestre de 2025, valor significativamente abaixo dos R$ 6,5 bilhões esperados anteriormente. A revisão ocorre em um cenário onde outras grandes instituições financeiras demonstram maior solidez, mesmo com juros altos e inadimplência crescente no mercado brasileiro.
Impacto das Provisões Agrícolas no BB
A principal justificativa para a projeção pessimista do BofA reside nas elevadas despesas com provisões que o Banco do Brasil deverá registrar em seu balanço entre abril e junho, especialmente ligadas ao setor agrícola. Este segmento tem sido apontado como um ponto vulnerável para o banco estatal, sinalizando uma deterioração na qualidade de seus ativos. Diante desse panorama, a recomendação do BofA para as ações do Banco do Brasil é de underperform, equivalente a uma indicação de venda, com preço-alvo estabelecido em R$ 24.
Bradesco se Destaca Positivamente
Em contraste, o relatório do BofA destaca uma “história de virada” para o Bradesco (BBDC4). O banco demonstrou um desempenho em linha com as expectativas em abril, com os analistas ressaltando o crescimento surpreendente em empréstimos e depósitos. A avaliação é que as ações BBDC4 representam uma opção de crescimento beta (ativo mais sensível às variações do mercado), com potencial de valorização caso haja queda nas taxas de juros.
Itaú e BTG Pactual como ‘Core Holdings’
Apesar do otimismo com o Bradesco, a preferência do BofA no setor bancário recai sobre o Itaú (ITUB4) e o BTG Pactual (BPAC11). Ambos são considerados “core holdings” — investimentos essenciais — pelos analistas, devido à previsibilidade de seus resultados e ao histórico de boa execução. Os dados de abril para Itaú e BTG Pactual também se alinharam às expectativas do Bank of America, reforçando sua posição de solidez no mercado.
Outras Instituições: Nubank e Santander
Outros players do mercado também foram analisados. O Nubank (ROXO34) apresentou lucro líquido abaixo das projeções de abril do BofA, com R$ 2,5 bilhões contra R$ 3,1 bilhões esperados. Contudo, a expectativa é de recuperação nos próximos meses, impulsionada por fatores sazonais. Já o Santander Brasil (SANB11) superou as expectativas iniciais, mas esse resultado foi atribuído a benefícios fiscais sazonais, o que não gerou grande entusiasmo entre os analistas, que esperam resultados alinhados às projeções no restante do trimestre.