O Balanço do Mercado Financeiro Brasileiro em 2023
O ano de 2023 mostrou-se extremamente positivo para a Bolsa brasileira, terminando com uma taxa de ganhos acumulados de 21,6% e superando a marca de 113,5 mil pontos – um recorde histórico. Porém, tais números finais podem enganar quem não acompanhou a jornada desse mercado ao longo do ano, que teve tanto altas quanto baixas significativas.
Reações aos Primeiros Dias de Governo do Presidente Lula
No início de 2023, logo após a posse do presidente Lula, o mercado reagiu negativamente às ideias e políticas mencionadas em seu discurso inaugural. Essa reação resultou em uma queda de 5% no índice em apenas dois dias. Esta queda foi acentuada pela desvalorização das ações da Petrobras, que caíram mais de 6% após o presidente prometer agir contra os lucros “exorbitantes” da empresa e de questões como o teto de gastos e a reforma trabalhista.
O Escândalo da Americanas
Pouco tempo depois, em 12 de janeiro, a Bolsa brasileira recebeu outro impacto significativo, quando o escândalo em torno da Americanas (AMER3) estourou, fazendo com que a empresa entrasse em recuperação judicial. O preço das ações da empresa sofreu um forte golpe, tornando-se líder de queda do Ibovespa em janeiro de 2023, com uma desvalorização de 90%.
Oscilações Positivas
Não foram apenas as quedas que marcaram o ano, porém. Em abril, o Ibovespa teve seu maior aumento do ano, uma alta de 4,29%, devido a relatórios do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do esperado, o que estimulou o otimismo entre os investidores. A possibilidade de um corte na Selic em junho também contribuiu para a positividade do mercado.
Outros Movimentos Notáveis
Em agosto, o Ibovespa registrou sua maior sequência de quedas em toda a história, com 13 pregões consecutivos de baixa. A situação preocupante da economia chinesa, que resultou na queda dos preços do minério, foi a principal causa deste cenário.
Contudo, em dezembro, a bolsa superou sua máxima de fechamento no ano, superando pela primeira vez os 130.842 pontos. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que as taxas de juros nos EUA não subiriam além do ponto atual, provocando um aumento no apetite por risco dos investidores, e consequentemente, nas bolsas.