Perspectiva otimista para a Bolsa em 2024
Após surpreendente aceleração no fim de 2023, a previsão para a Bolsa em 2024 é de um novo otimismo. O mercado interno e externo apresentam fundamentos mais positivos que deverão atrair mais investidores, tanto institucionais como pessoas físicas, para a Bolsa.
De acordo com a estrategista de ações Jennie Li, “existe espaço para que o investidor doméstico volte a se interessar pela Bolsa de forma mais consistente – um movimento correlacionado ao ciclo de queda dos juros.” Além disso, o otimismo também é sustentado pelos valuations atraentes. Li enxerga “a Bolsa em geral bastante descontada, tanto em relação à média histórica quanto às ações globais”.
Valuations e Ibovespa
Na análise do Santander, o Ibovespa aos 130 mil pontos coloca o múltiplo de preço sobre lucro (P/L) ao redor de 8,5 vezes, frente a um histórico de cerca de 11 vezes. Ricardo Peretti, estrategista de ações da Santander Corretora, destaca que “essa diferença pode diminuir à medida que os juros caírem”.
As ações mais indicadas para 2024
Um levantamento com seis casas de análise aponta as oito ações mais indicadas para 2024:
- Sabesp (SBSP3)
- Copel (CPLE6)
- Localiza (RENT3)
- Vale (VALE3)
- Equatorial (EQTL3)
- Itaú Unibanco (ITUB4)
- Mercado Livre (MELI34)
- Prio (PRIO3)
Considerações e obstáculos
Apesar das perspectivas animadoras, existem obstáculos a seguir. Entre eles, a expectativa de um pouso suave (“soft landing”) na economia dos Estados Unidos e pressões locais. José Francisco Cataldo Ferreira, superintendente de research da Ágora Investimentos, salienta a importância de considerar o cenário macroeconômico ainda desafiador no Brasil, com um menor crescimento esperado do PIB e os desafios fiscais persistentes.
No entanto, diante do ambiente tão favorável, o que poderia estragar a festa? De acordo com Ferreira, “o principal risco está no ambiente externo, particularmente com uma política monetária mais apertada nos EUA. Outro fator de risco é a não entrega das reformas prometidas pelo governo, o que poderá afetar a entrada de capital estrangeiro”.