Brasil ingressa na Indústria de Mineração de Lítio
Observando-se o rápido crescimento da produção de automóveis elétricos na China, Europa e Estados Unidos, surge uma nova indústria global – a mineração e industrialização do lítio, o principal componente na fabricação de baterias elétricas. Quanto a isso, o Brasil já iniciou seu envolvimento neste setor ressurgente.
A nova iniciativa no Vale do Jequitinhonha
Uma empresa brasileira já começou a produzir lítio para bateria no Vale do Jequitinhonha, situado na região noroeste de Minas Gerais. Este novo participante tem previsões de iniciar a operação de seu projeto e começar a produção no quarto trimestre de 2024.
Atlas Lithium – Projetos e Planos de Investimento
A empresa por trás deste empreendimento é a americana Atlas Lithium, fundada e controlada pelo empresário brasileiro Marc Fogassa. Seu projeto foi dividido em duas fases, cada uma produzindo 150 mil toneladas de concentrado de lítio, tipo espodumênio, de grau bateria. O plano de investimento para a primeira etapa está estimado em US$ 49,5 milhões.
- As atividades de mineração e produção de concentrado de lítio estarão localizadas no município de Araçuaí.
- O equipamento principal para o processamento de lítio, equipado com a tecnologia DMS, foi encomendado e está em fase de fabricação no exterior.
- As demais instalações da planta industrial serão fornecidas por empresas brasileiras.
Marc Fogassa estima que o projeto completo demandará um investimento de R$ 1 bilhão no Brasil, dos quais cerca de R$ 200 milhões já foram aplicados nas fases de pesquisa e sondagens das reservas.
Parceria Estratégica com Grupos Chineses
Como parte do esforço de financiamento da primeira fase de seu projeto, a Atlas Lithium assinou um acordo estratégico de US$ 50 milhões com dois grupos chineses refinadores de concentrado de lítio – Chengxin Lithium Group e Yahua Industrial Group. Brasil vai se tornando um fornecedor direto para alguns dos principais consumidores de lítio, incluindo Tesla, BYD, CATL, LG Chemical e LG Energy Solutions.
Esses dois grupos chineses se tornaram acionistas da Atlas, garantindo a compra antecipada de uma grande parcela da produção de lítio na fase 1.