As ações preferenciais série A da Braskem (BRKM5) apresentaram uma expressiva valorização durante a sessão, contrastando com o cenário de uma operação da Polícia Federal realizada na sede da empresa. A operação investiga as consequências da extração de sal-gema em Maceió, que tem sido associada a problemas geológicos na região. A surpresa veio pelo fato de as ações terem subido 6,05%, atingindo o valor de R$ 20,85 mesmo diante das circunstâncias adversas.
Especialistas apontam que a melhora no desempenho das ações pode ser atribuída a dois fatores principais. O primeiro é o comunicado da Defesa Civil de Maceió que acalmou investidores, sugerindo que uma das minas da Braskem estava agora em fase de estabilização. Os dados mais recentes indicam a ausência de movimentações sísmicas adicionais e uma retomada ao ritmo natural de erosão, diminuindo prospects de riscos futuros.
Outro fator que pode ter influenciado a valorização das ações é a notícia da intenção da Petrobras em aumentar sua participação na Braskem. Essa informação surge no contexto da Novonor (antiga Odebrecht) procurar vender sua participação majoritária na petroquímica. Cresce, assim, a expectativa de que o governo federal priorize a venda da empresa para investidores estrangeiros, sem o uso de recursos do BNDES para aquisições por parte de companhias brasileiras. A perspectiva de uma transação internacional impactou positivamente o valor das ações, que já haviam aumentado 7,15% na sessão anterior.
Contudo, a situação ainda demanda prudência. Analistas do Bradesco BBI alertam que as investigações da Polícia Federal podem resultar na necessidade de a Braskem aumentar suas provisões, afetando possíveis negociações de fusão e aquisição. Diante deste cenário complexo, o progresso de tais operações corporativas deve ser observado com cautela, pois pode se estender até as investigações do Congresso que estão previstas para início de 2024.