A fusão entre Arezzo e Grupo Soma, que criou a Azzas 2154 em fevereiro de 2024, já enfrenta seu primeiro grande desafio: a convivência entre os acionistas Alexandre Birman e Roberto Jatahy. Sete meses após a união, rumores de divórcio corporativo já circulam no mercado financeiro.
Os bastidores da separação
Analistas do JP Morgan identificaram “divergências importantes” entre os sócios, sugerindo que uma possível cisão não está descartada. A dinâmica de poder dentro da empresa parece ser o principal ponto de atrito, com Birman como CEO e Jatahy liderando a unidade de moda feminina.
O mercado financeiro já demonstra preocupação. A ação da Azzas, que valia metade do preço inicial da fusão, caiu ainda mais, sendo negociada entre 7-8 vezes o lucro projetado para 2025. Investidores temem que o conflito interno prejudique o potencial de crescimento do grupo.
Números e expectativas
Apesar dos desafios, os analistas ainda veem potencial no negócio. A ação está cotada em R$ 24, com projeções otimistas que apontam para um preço-alvo entre R$ 45 e R$ 50 em 2025. Atualmente, existem oito recomendações de compra para a ação.
A fusão original parecia estratégica: a Arezzo, forte em calçados femininos, buscava expandir para vestuário, enquanto o Soma já tinha marcas como FARM e Hering, com planos de crescimento internacional. Porém, as diferenças culturais e de gestão parecem estar minando esse potencial.
Desempenho das marcas
Os números de 2024 mostram um cenário interessante. O Soma apresentou melhor desempenho, com receitas de vestuário feminino crescendo 23% e a FARM Global avançando 39%. Já a Arezzo teve um crescimento mais modesto de 4,5% em calçados e acessórios.
- Receitas de vestuário feminino: +23%
- FARM Global: +39%
- Calçados e acessórios: +4,5%
Para especialistas, o futuro da Azzas dependerá da capacidade de Birman e Jatahy superarem suas divergências. O mercado aguarda ansiosamente os próximos passos deste que é considerado o maior grupo de moda da América Latina.