Análise da Venda da Participação da Engie no Gasoduto TAG
Recentemente, a Engie Brasil Energia S.A. (EGIE3) oficializou a venda de uma parcela expressiva de sua participação no gasoduto Transportadora Associada de Gás (TAG), uma jogada estratégica que repercutiu no mercado financeiro e entre analistas do setor. A operação avaliada em R$ 3,1 bilhões marcou a transferência de 15% das ações da Engie para o fundo de pensão canadense CDPQ, que agora acumula 50% do total do TAG.
Reações do Mercado e dos Analistas
A movimentação da Engie resultou em uma queda nas ações, registradas em queda de 1,90%, cotadas a R$ 44,49. Enquanto a companhia mantém agora 17,5% da participação no TAG, quase metade do que detinha anteriormente, essas mudanças acenderam debates entre especialistas. Os recursos adquiridos pela Engie provavelmente serão investidos em sua expansão, focando em áreas como geração e transmissão de energia, conforme informações coletadas de fontes do mercado como Bradesco BBI e XP, além de teleconferências da própria companhia.
A Visão de Diferentes Corretoras
- XP Investimentos: A corretora aponta o gasoduto TAG como um ativo importante para a Engie, principalmente pelo potencial de expansão do negócio de gás no Brasil. A venda consequentemente reduzirá esse potencial de crescimento. Desde essa ótica, a recomendação da XP permanece “neutra” ao ativo, com um preço-alvo de R$ 49,00.
- Bradesco BBI: Fornece uma análise mista, reconhecendo que a empresa teve um retorno positivo desde a compra da participação em 2019. No entanto, o valor de venda atual é considerado pouco atraente, gerando questionamentos sobre a valoração do acordo.
- Genial Investimentos: A corretora expressa uma posição mais crítica, considerando que a venda foi feita por um valor menor do que o justo, não contemplando plenamente a rentabilidade e o potencial do ativo. A Genial recomenda a “venda” das ações, com um preço-alvo de R$ 42,00 para 2024, refletindo um potencial de depreciação.
Impacto da Venda Sobre a Estrutura de Capital da Engie
Uma das metas da Engie ao vender parte da sua participação no TAG é o gerenciamento de sua alavancagem. No fim do terceiro trimestre de 2023, a empresa apresentou uma relação de dívida líquida sobre Ebitda de 2,1 vezes, um indicador de endividamento considerado saudável. Especula-se que os recursos poderiam ser direcionados para o pagamento de dividendos ou a aquisição de outros ativos de relevância operacional.
Consequências e Expectativas Futuras
O cenário para a Engie, apesar da operação de venda, ainda envolve desafios notáveis. A empresa terá que navegar um mercado em busca de projetos que ofereçam perfis de risco-retorno atrativos, capazes de compensar a venda de um de seus ativos mais promissores.
Os analistas apontam que, mesmo independentemente das distintas opiniões sobre a transação, a Engie não parece apresentar um potencial de valorização marcante no momento. A Gestão deve portanto, pesar cuidadosamente suas próximas estratégias na alocação de capitais para garantir a manutenção de sua competitividade e sucesso financeiro após essa significativa movimentação.