A notícia desta semana trouxe uma reviravolta no setor farmacêutico brasileiro com a proposta de fusão entre a EMS e a Hypera (HYPE3). Inicialmente, essa união seria histórica, criando uma nova entidade com receita estimada em R$ 16 bilhões e 17% de participação no mercado nacional.
Entre as vantagens para as empresas, destacam-se a diluição da dívida da Hypera e o fortalecimento do portfólio da NovaCo, dada a sinergia entre os produtos da EMS, focados em genéricos, e da Hypera, que abrange medicamentos OTC. Contudo, a proposta foi prontamente rejeitada pela Hypera, aparentemente devido à insatisfação com a avaliação de seu valor no mercado.
Analisando a estrutura proposta, fica evidente que a nova entidade resultante da fusão iria ter uma carga de dívida líquida/EBITDA de 2x, um nível mais eficiente frente ao cenário atual da Hypera. Embora a EMS tivesse boas intenções com o oferecimento das sinergias, a participação de menos de 50% da Hypera na nova companhia não agradou a seus acionistas, preocupados com a performance da HYPE3, que tem sido decepcionante.
Com a proposta da EMS, o valor calculado para cada ação da Hypera seria de R$ 30, um número que, embora superior ao atual, é substancialmente inferior ao pico do ano passado. A rejeição dos acionistas sugere que a EMS terá que reavaliar e talvez melhorar sua oferta para considerar novas tentativas de fusão.
No desfecho dessa história, é possível que tenhamos mais capítulos pela frente, pois o mercado permanece atento às novas oportunidades que possam surgir para a Hypera.