O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, estabeleceu uma nova máxima histórica na quinta-feira, superando a marca de 141 mil pontos pela primeira vez. A valorização ocorreu na esteira dos recordes observados em Wall Street, impulsionados pelos dados de emprego (payroll) nos Estados Unidos. Ao final do pregão, o índice encerrou o dia com alta de 1,35%, alcançando 140.927,86 pontos, enquanto o dólar recuou para a faixa de R$ 5,40, atingindo o menor patamar em pouco mais de um ano.
Para esta sexta-feira, a expectativa é de baixa liquidez nos mercados financeiros locais devido à agenda fraca e ao feriado que mantém as bolsas norte-americanas fechadas. Mesmo com o cenário de menor movimentação, investidores permanecem atentos a desdobramentos internacionais, como a assinatura do “big beautiful bill” por Donald Trump, que gera alertas sobre o elevado risco fiscal. Além disso, o prazo de 90 dias da trégua na guerra comercial estabelecido por Trump expira na próxima semana, adicionando um ponto de atenção ao cenário global.
Cenário Global e Recomendações
O UBS, banco suíço, embora reconheça o espaço para o Ibovespa continuar subindo, sinaliza um risco limitante e recomenda um aumento gradual da exposição a ações brasileiras. A cautela se baseia na necessidade de observar a evolução dos fatores externos e internos que podem influenciar a trajetória do índice.
Em meio a esse panorama de recordes e expectativas, corretoras divulgaram suas recomendações de ações para investir em julho, conforme apuração da repórter Bia Azevedo. Cinco papéis se destacaram entre os mais indicados do mês, refletindo o otimismo seletivo no mercado acionário.
Destaques do Mercado e Perspectivas
O evento “Onde Investir no 2º Semestre”, promovido pelo Seu Dinheiro, tem abordado as principais tendências e oportunidades. Nomes como Guilherme Prado (Bitget), Pedro Bruder (Kinea), Gabriel Barbosa (TRX) e Caio Araujo (Empiricus Research) discutiram os mercados de criptoativos e fundos imobiliários, apontando setores promissores. A série especial se encerra hoje, com painéis sobre alocação e investimentos no exterior.
Outros pontos relevantes no mercado incluem a autorização do Banco Central (BC) para a C&M religar seus serviços após um ataque hacker, embora as investigações prossigam. O Banco do Brasil (BBAS3) recebeu um novo voto de confiança da S&P Global Ratings, que aposta na manutenção da lucratividade e estabilidade do balanço, mesmo com o crescimento das apostas contra suas ações no mercado.
A Petrobras (PETR4) divulgou um megaprojeto de R$ 26 bilhões em refino, com a participação da Braskem (BRKM5), levantando discussões sobre a viabilidade do investimento para a estatal. No setor de títulos, Reinaldo Le Grazie, ex-BC, manifestou apoio à taxação de títulos de renda fixa, vendo a medida como positiva para a alocação de capital no Brasil, em meio à corrida dos títulos isentos e a estratégia da Sparta, que reabriu seus fundos.
A Câmara dos Deputados convocou Gabriel Galípolo para esclarecer o possível aval do Banco Central à compra do Master pelo BRB. Paralelamente, a Abrasca defende a revisão das regras do Novo Mercado e rebate críticas sobre um suposto retrocesso na governança. No primeiro semestre, a B3 registrou a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022, com cerca de R$ 26,5 bilhões, impulsionando o Ibovespa no período.
A CVM, por sua vez, simplificou o registro e as ofertas públicas para Pequenas e Médias Empresas (PMEs), criando um novo regime que reduz entraves regulatórios e estabelece regras proporcionais para companhias com receita bruta anual de até R$ 500 milhões.