A aquisição da Klabin dos ativos florestais da Arauco no Paraná por US$ 1,16 bilhão está sendo vista com bons olhos pelo mercado, refletido em uma valorização das units KLBN11. Os especialistas da XP Investimentos avaliam o negócio como estratégico, acelerando o fornecimento de madeira próprio da empresa e prometendo um Valor Presente Líquido estimado de R$ 1,5 bilhão. Isso representa, segundo a XP, um adicional de 6% ao valor de mercado atual da Klabin. Os fatores que contribuem para essa avaliação incluem a diminuição da necessidade de futuros investimentos ao antecipar a autossuficiência em madeira, a possibilidade de venda do excesso de terra e a otimização de custos logísticos.
Na perspectiva financeira, espera-se que a Klabin experimente um aumento na sua alavancagem, contudo, ainda se mantendo dentro dos limites de gestão de risco da companhia. Esse incremento na dívida líquida frente ao Ebitda deve ser seguido de uma desalavancagem gradual até o ano de 2026-2027.
O JPMorgan acrescenta que a transação não só faz sentido comercialmente como serve como um “seguro” para a Klabin, pois diminui a dependência da companhia em relação a fontes externas de madeira. A maioria da área florestal adquirida será usada pela própria Klabin, com a possibilidade de venda do restante nos próximos anos. Além disso, a empresa antecipa a sua autossuficiência em eucalipto, com previsões apontando para 2024, um avanço expressivo comparado à meta anterior de 2029.
Os analistas também destacam a posição financeira sólida da Klabin, que possui caixa suficiente para suportar a aquisição sem comprometer significativamente a saúde financeira da empresa. No entanto, mesmo com a visão positiva da aquisição, tanto a XP Investimentos quanto o JPMorgan mantêm uma recomendação neutra para as ações da Klabin, apontando um valuation que pode não ser particularmente atrativo no momento.