A melhoria da classificação de risco do Brasil pela agência Moody’s animou os mercados, mas não deve garantir o retorno de investimentos estrangeiros, segundo Carlos Takahashi, presidente da BlackRock no Brasil e vice-presidente da Anbima.
Os investidores internacionais são influenciados por uma série de fatores, como o ambiente econômico global, níveis de inflação, a preferência por investimentos de menor risco e a recente valorização das opções de renda fixa em mercados desenvolvidos. Esses elementos condensam uma situação que não favorece a volta do capital estrangeiro ao Brasil neste momento.
Takahashi questiona a relevância da mudança da Moody’s: “Uma melhora na classificação é útil, mas apenas uma agência fez essa atualização. Como as outras irão responder?” Ele vê essa decisão como um “sinal de esperança, mas insuficiente”.
Em sua visão, o Brasil deve almejar não só um grau de investimento, mas também atender a outros critérios que contribuam para sua atratividade ao capital externo, como as diretrizes da OCDE que analisam a facilidade de se fazer negócios no país. Durante um episódio recente do podcast “Touros e Ursos”, Takahashi explorou o que é crucial para que o investimento estrangeiro retorne ao Brasil.