O empresário Nelson Tanure contratou o banco de investimentos francês Rothschild & Co para estruturar uma oferta de aquisição pela Braskem (BRKM5). A proposta, que visa a fatia majoritária da Novonor (antiga Odebrecht), deve ser formalizada em um prazo de 15 a 20 dias. A informação foi divulgada neste domingo (15) pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A contratação do Rothschild & Co. tem como principal objetivo a renegociação de dívidas, tanto da Novonor com seus credores bancários quanto da própria Braskem com os detentores de seus títulos de dívida. A Novonor tem buscado, sem sucesso há algum tempo, vender sua participação controladora na petroquímica.
O modelo de negociação proposto por Tanure prevê a aquisição indireta da participação da Novonor na Braskem. Em vez de comprar diretamente as ações da Braskem, o empresário planeja adquirir as ações da holding NSP Investimentos, que detém o controle da fatia da Novonor na petroquímica. Este arranjo significa que a mudança de controle ocorreria em uma camada superior, alterando o controlador da controladora, mas não o controlador direto da Braskem.
Na prática, a estratégia de Nelson Tanure o integraria ao bloco de controle da Novonor, sem, contudo, estabelecer uma nova liderança dominante na governança da Braskem. A Petrobras (PETR4), que é sócia da Braskem no setor petroquímico, já se manifestou sobre o assunto.
Petrobras avalia importância da Braskem
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou a importância estratégica da Braskem para a estatal, afirmando que a petroleira não abrirá mão do ativo “de jeito nenhum”. A executiva reconheceu, contudo, a existência de um problema societário na empresa.
De acordo com Magda Chambriard, a proposta de aquisição feita por Nelson Tanure pela Braskem “vem na direção dessa solução”, indicando que a iniciativa do empresário pode contribuir para a resolução das questões societárias pendentes da petroquímica.
