Os investimentos externos na B3 atingiram seu nível mais baixo desde 2020, ano marcado pela pandemia, e isso levanta preocupações sobre o cenário para 2025.
O retorno de Donald Trump ao cargo de presidente dos Estados Unidos pode indicar uma economia americana mais robusta, o que, por sua vez, pode reduzir o interesse dos investidores em mercados emergentes como o Brasil. O país já enfrenta desafios relacionados a riscos fiscais e à alta taxa Selic, conforme destacam especialistas consultados pelo Broadcast.
Marcos Kawakami, do BNP Paribas Asset Management Brasil, ressalta que a recente volatilidade e a desvalorização do real têm contribuído para uma percepção negativa do Brasil por parte dos investidores estrangeiros. Ao contrário, a Índia tem se tornado um foco crescente, devido ao aumento na atividade e lucros corporativos.
As projeções para o Brasil não são animadoras, prevendo-se uma desaceleração econômica em 2025 e um aumento na taxa Selic, o que pode impactar negativamente as empresas locais.
Apesar da aprovação de um pacote de ajuste fiscal, o mercado permanece cético, especialmente após o governo diluir a estimativa de impacto econômico de R$ 70 bilhões em dois anos com o aumento da isenção do Imposto de Renda. Daiane Gubert, da Melver, e Matheus Spiess, da Empiricus Research, expressam preocupações sobre a falta de comprometimento fiscal do governo e a eficácia das medidas propostas.
Enquanto isso, os EUA continuam atraindo investimentos, com uma performance positiva já em 2024, impulsionada por inovações em inteligência artificial. O fortalecimento do dólar é esperado com o retorno de Trump, elevando as expectativas de fluxo de investimentos para países emergentes.
A expectativa para o início de 2025 é de volatilidade no Índice Bovespa, à medida que a atenção dos investidores pode não se voltar para o Brasil.