Mudanças no Portfólio Após Rali na Bolsa Brasileira
Recentemente, o Morgan Stanley alterou sua visão sobre a bolsa brasileira, após um rali que teve início em meados de Novembro do último ano. Durante esse período, o Ibovespa registrou um aumento superior a 10%. Entretanto, diante da recente alta, os analistas do banco americano agora exibem um certo ceticismo, acreditando em um menor espaço para ganhos.
Recalculando Rotas
Nikolaj Lippmann, juntamente com sua equipe, aponta que a relação risco-retorno das ações brasileiras foi alterada pela recente alta. A equipe então decidiu ajustar o Portfólio Modelo, reduzindo tanto o beta quanto a exposição a ações sensíveis às taxas de juros. Segundo eles, o mercado de taxas agora aparenta estar mais equilibrado.
Curva de Juros Brasileira
- A curva de juros brasileira apresentou uma redução durante o rali, alinhando-se majoritariamente ao observado nos Estados Unidos.
- A economia estadunidense, em resposta a dados macroeconômicos mais fracos, e discursos mais leves das autoridades monetárias, também viu seus treasuries yields recuarem.
Entretanto, há preocupações acerca de um possível atraso no início de um ciclo de alívio nos EUA, o que poderia impedir mais cortes nas taxas de juros no Brasil.
Ajustes no Portfólio
Devido a essas circunstâncias, o Morgan Stanley decidiu reduzir sua exposição a ações sensíveis às taxas de juros, removendo Lojas Renner (LREN3), Iguatemi (IGTI11) e B3 (B3SA3) de sua carteira. As mudanças foram implementadas tendo em vista a possibilidade do Federal Reserve não cortar juros já em Março, especialmente após a divulgação de que o IPCA de Dezembro veio acima do esperado.
No Brasil, o IPCA do último mês de 2023, também superior ao consenso, reforçou a tese de que o Banco Central não deve acelerar os cortes da Selic. Em contrapartida, JBS (JBSS3), Mercado Livre (MELI34) e Rede D’Or (RDOR3) foram incluídos na carteira.
Projeções Futuras
O Morgan Stanley projeta o Ibovespa a 145 mil para o fim de 2024, afirmando enxergar um caso muito forte para uma transformação externa do Brasil através da expansão de suas fronteiras energéticas e agrícolas. Segundo seus analistas, este avanço poderia adicionar de 22-30% às exportações brutas até o final desta década. A digitalização no país também é considerada uma oportunidade secular preeminente.