Consequências dos Ataques Marítimos no Mar Vermelho
Os últimos ataques conduzidos pelos houthis no Mar Vermelho impactaram severamente o transporte marítimo da região, provocando uma espera maior nos preços dos artigos de consumo, conforme afirmou um executivo da DP World, operadora de fretes. Já é o segundo míssil que atinge um navio naquela localidade esta semana.
Ameaças da Milícia Houthi
A milícia houthi, apoiada pelo Irã, levantou a possibilidade de expandir seus objetivos para envolver navios dos Estados Unidos. Isso acontece em retaliação aos ataques americano e britânico às suas estruturas no Iêmen.
A ocorrência de ataques houthis a navios na região, desde novembro, tem perturbado as corporações e gerado preocupação nas grandes potências. Esta ação é vista como um agravamento do conflito de mais de três meses, conduzido por Israel contra os militantes palestinos do Hamas em Gaza. Os houthis afirmam que suas ações são uma manifestação de solidariedade aos palestinos.
Impacto nos Consumidores Europeus
O diretor financeiro da DP World, Yuvraj Narayan, acredita que as interrupções irão impactar mais diretamente os consumidores europeus. “O custo das mercadorias da Ásia para a Europa será significativamente maior”, disse Narayan durante sua participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. “Os consumidores europeus sentirão o impacto… Isso será mais notável nas economias desenvolvidas do que nas economias em desenvolvimento”, adicionou o chefe financeiro da empresa de logística baseada em Dubai.
Aumento nos Prêmios de Seguro
Fontes do segmento de seguros confirmaram que os prêmios de seguro contra riscos de guerra para embarques pelo Mar Vermelho estão aumentando.
O Navio Graneleiro Zografia
O mais recente navio atingido foi o graneleiro maltesa Zografia, de propriedade grega. Enquanto navegava sem carga do Vietnã para Israel com uma tripulação de 24 pessoas, foi atingido por um míssil ao navegar no norte do Mar Vermelho, a 76 milhas náuticas a noroeste do porto iemenita de Saleef. A embarcação sofreu danos materiais, porém nenhum tripulante ficou ferido. O navio continua navegando, mas provavelmente desviará de rota para inspeções de segurança.
Réplica das Operadoras de Transporte
Em resposta à crescente tensão, a operadora de transporte marítimo japonesa Nippon Yusen, também conhecida como NYK Line, aconselhou suas embarcações que estavam navegando perto do Mar Vermelho a aguardar em águas mais seguras e está considerando alterar rotas. A Ocean Network Express, uma joint venture entre a Kawasaki Kisen Kaisha japonesa, a Mitsui O.S.K. Lines e a Nippon Yusen, declarou que reorientará suas embarcações, interrompendo temporariamente as viagens e se deslocará para áreas mais seguras.
Canal de Suez e a Rota de Frete Mais Rápida da Ásia para a Europa
As embarcações com contêineres estão desviando do Mar Vermelho, que leva ao Canal de Suez, a rota de frete mais rápida entre a Ásia e a Europa. Muitos navios foram forçados a contornar o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Cerca de 12% do tráfego marítimo mundial passa pelo Canal de Suez através do Mar Vermelho. Os navios que fornecem gás natural liquefeito (GNL) do Catar estão entre os muitos navios que estão sendo forçados a navegar pela África através do Cabo da Boa Esperança.
Posicionamento das Potências Regionais
Na tentativa de proteger o tráfego comercial no Mar Vermelho, a coalizão liderada pelo EUA, não tem sido eficaz, pois as potências regionais, como a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito, não estão participando. O vice-presidente do Yemen, Aidarous al-Zubaidi, destacou que “Esse corredor de Bab al-Mandab é de interesse do mundo inteiro e da região, portanto, a intervenção regional é fundamental”, referindo-se ao estreito na entrada sul do Mar Vermelho.