Desaceleração recente da inflação e PIB fortalece esperanças de cortes de juros pelo Fed
A última confirmação da tendência de desaceleração da inflação do consumo (PCE) nos Estados Unidos trouxe um sopro de otimismo aos entusiastas do mercado financeiro. De acordo com os dados mais recentes, o índice cheio registrou uma queda de 0,1% em dezembro, com uma taxa anualizada reduzida para 2,6%. Esse fenômeno, aliado à recente revisão do crescimento do PIB norte-americano, está sendo interpretado por alguns como um prelúdio de um futuro “pouso suave” para a economia que caminha para a normalização das políticas monetárias.
A análise da inflação e suas implicações
Observar o núcleo da inflação, que exclui os preços mais voláteis dos alimentos e da energia, revela uma situação ainda mais promissora. Em novembro, a taxa anualizada do núcleo apontou para 3,2%, a mais baixa desde abril de 2021, avançando apenas 0,1% no mês. Francisco Nobre, economista da XP, salienta que esses indicadores estão abaixo das previsões anteriores, apontando para uma contínua desaceleração.
- O índice de bens permaneceu abaixo da meta por sete meses consecutivos, indicando que a preocupação com o aumento desses preços está diminuindo.
- Pelo contrário, o índice de serviços mostrou um pequeno aumento mensal de 0,25%, embora a taxa anualized tenha caído de 4,34% para 4,14%.
Ao mesmo tempo, Danilo Igliori, economista chefe da Nomad, destaca a queda de 0,1% do PCE com relação ao mês anterior e uma desaceleração anual para 2,6%. Os dados são significativos pois apontam para uma aproximação da meta de inflação do Fed, que é de 2%.
Expectativas de cortes de juros e a política monetária
Os recentes indicadores reforçam a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) possa começar a reduzir as taxas de juros nos Estados Unidos. Nobre projeta que até a terceira reunião de 2024, em maio, podemos esperar cortes na taxa de juros, potencialmente de 150 pontos base ao longo do ano seguinte. Esse movimento traria o patamar dos Fed funds para próximo de 4,0%, um nível ainda considerado restritivo.
Do outro lado, a Azimuth Brasil Wealth Management aponta para a necessidade de cautela. O resultado positivo fortalece a posição do Fed de manter as taxas de juros inalteradas, mas há a consideração de que a desinflação dos serviços está seguindo uma trajetória lenta.
Desempenho dos rendimentos e despesas pessoais
A desaceleração observada também é corroborada pela performance mais branda dos rendimentos e despesas pessoais em novembro, que subiram mais sutilmente que o projetado. Um interessante ponto de destaque é o aumento da taxa de poupança de 4,0% para 4,1%, conforme revisado em outubro.
Os desenvolvimentos recentes trazem luz sobre a saúde econômica dos EUA em meio a um contexto de incertezas globais. Para os investidores e observadores do mercado financeiro, é um momento de atenção para as políticas monetárias futuras e para as oportunidades que podem surgir diante de um cenário de potencial alívio na pressão inflacionária.