A greve no Banco Central e o agendamento de conversas para fevereiro
No meio de uma paralisação de 24 horas dos servidores do Banco Central (BC), que ocorreu na quinta-feira (11), o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) aprovou uma nova rodada de negociações com os grevistas para o dia 8 de fevereiro. Essa será a terceira vez que a pasta tentará resolver o impasse com os servidores descontentes.
A posição do Sindicato Nacional
Para o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, o Ministério demonstrou o seu compromisso em apresentar uma proposta concreta para os servidores. Faiad ainda comentou: “Menos de 30% dos servidores está trabalhando hoje. A greve foi um sucesso e já obtivemos resultados.”
De acordo com Faiad, a greve gerou interrupções em várias operações do BC. Reuniões canceladas, processos represados e atrasos na liberação de informações para o mercado financeiro foram algumas consequências. Ele menciona que “as implicações operacionais desses eventos ainda estão sendo avaliadas”.
Protestos contínuos dos servidores
No ano passado, os servidores do BC já tinham realizado uma paralisação de 90 dias, reivindicando reestruturação de carreira e reajustes salariais, porém não obtiveram êxito com relação às suas demandas. Diante desse histórico, os servidores iniciaram uma operação padrão que tem retardado a divulgação estatística e outras atividades do órgão.
Apesar da autorização do governo para a realização do primeiro concurso para o BC desde 2013, com 100 vagas disponíveis, a categoria solicitou uma reestruturação de carreira antes de tal evento. Entre as reivindicações dos profissionais está a exigência de ensino superior para o cargo de técnico e a alteração na nomenclatura do cargo de analista para auditor.
Descontentamento com a conduta atual
A intensificação da greve ocorre em um cenário de insatisfação geral em relação à forma como suas demandas estão sendo tratadas. O Sinal expressou sua desaprovação quanto ao que chamou de “concessões assimétricas” oferecidas a outras categorias de Estado.
Uma declaração controversa da ministra da Gestão, Esther Dweck, pode ter contribuído para o descontentamento. Em julho do ano passado, ela afirmou que não via necessidade de uma reestruturação de carreira para o órgão no curto prazo, alegando que o BC já estava muito alinhado com outras carreiras bem estruturadas.