Decifrando o Índice PMI
O mais recente Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) brasileiro, cujo principal indicador de atividade dos serviços caiu nesse último mês, foi divulgado. De acordo com a S&P Global, o valor passou de 51,2 em novembro para 50,5 em dezembro, registrando a mais baixa expansão do setor em três meses, embora tenha se mantido acima do limiar de contração de 50,0.
Esse resultado repercute no PMI Composto, composto por serviços e indústria, que se manteve estável em 50,0 em dezembro. Embora algumas empresas tenham observado crescimento de vendas devido à demanda resiliente, outras relataram uma escassez de novas ordens, resultando em um panorama misto.
Aumento nos encargos
O levantamento também apontou um acréscimo significativo nos custos de negócios no setor de serviços. Este aumento, embora seja o menor em quase três anos e meio, contribuiu para levar a inflação de preços a um pico de sete meses. Custos com energia, alimentação, combustíveis e água foram alguns dos fatores citados pelas empresas como causas desse aumento.
Contudo, houve uma certa alívio com a inflação dos custos de insumos caindo para seu nível mais baixo em quase três anos e meio, em dezembro. Enquanto a taxa geral de aumento ficou abaixo de sua média de longo prazo, ela permaneceu alta.
Otimismo prevalece no setor
As empresas continuam demonstrando forte otimismo em relação ao futuro do setor de serviços para 2024, apesar da atual desaceleração. Essa confiança é importante para a economia continuar crescendo e para superar desafios futuros.
As implicações de curto prazo
Pollyanna De Lima, diretora associada da S&P Global Market Intelligence, afirma que, tendo em vista o atual cenário de demanda frágil, as vendas de serviços, e por consequência a atividade, podem sofrer impactos negativos no curto prazo. Em contrapartida, os provedores de serviços têm mantido o poder de precificação, aumentando seus preços em maior escala, mesmo com a inflação dos custos em recuo.
No entanto, apesar disso, a economia de serviços registrou expansão ao longo do quarto trimestre. Isto é, o setor teve um desempenho trimestral ligeiramente melhor do que o setor privado brasileiro nos três meses até setembro.
