A dominância do Bitcoin (BTC) no mercado de criptomoedas atingiu 64% em junho de 2025, marcando o maior patamar desde 2021. Esse movimento reacendeu discussões entre analistas sobre uma possível reversão e o início de uma nova temporada de valorização das altcoins, com impactos diretos para investidores institucionais, empresas do setor e o mercado financeiro global.
O que é dominância do Bitcoin e por que ela importa?
A dominância do Bitcoin (BTC.D) representa a fatia do Bitcoin na capitalização total do mercado de criptomoedas. Quando esse índice sobe, indica que o capital está concentrado no BTC, reduzindo o fluxo para altcoins. Historicamente, níveis elevados de dominância precedem ciclos de rotação de capital para outros criptoativos, conhecidos como “altseason”.
Tabela: Evolução da dominância do Bitcoin em 2025
| Mês | Dominância (%) | Preço BTC (US$) |
|---|---|---|
| Janeiro | 59,2 | 89.000 |
| Março | 62,5 | 98.000 |
| Maio | 65,3 | 111.800 |
| Junho | 64,0 | 105.500 |
Fonte: TradingView, CoinGlass, Cointimes
Sinais técnicos e fundamentos para reversão
Segundo Tony “The Bull” Severino, analista certificado CMT, a região de 64% de dominância pode marcar um ponto de reversão. O padrão gráfico identificado — uma vela Doji na base de uma janela de queda — sugere perda de força do movimento de alta do BTC.D. Caso a vela mensal feche abaixo de 62%, aumenta a probabilidade de reversão e abertura de espaço para as altcoins.
“Ainda não estou na mentalidade de que teremos uma temporada típica de altcoins, mas estou vendo alguns dos primeiros sinais de que o BTC.D pode reverter aqui.”
— Tony Severino, analista CMT
Outros especialistas reforçam que a resistência técnica em 65% é historicamente relevante e, se rompida para baixo, pode desencadear uma rotação de capital para altcoins.
Impactos financeiros para investidores e mercado
A concentração de capital no Bitcoin tem sido impulsionada por grandes investidores institucionais, como fundos e gestoras, que preferem o BTC devido à maior liquidez e clareza regulatória, especialmente após a aprovação de ETFs à vista. Isso limita o fluxo para altcoins, ampliando spreads e reduzindo a atratividade de investimentos em ativos menores.
Principais impactos da reversão da dominância do BTC:
- Aumento da liquidez em altcoins: Com a queda da dominância, parte do capital pode migrar para altcoins, elevando volumes e reduzindo spreads.
- Valorização de ativos alternativos: Altcoins consolidadas como Ethereum, XRP, Cardano e Chainlink tendem a ser as primeiras beneficiadas.
- Novas oportunidades para empresas e projetos: Projetos inovadores podem captar mais recursos e atenção do mercado.
- Risco para investidores desavisados: A volatilidade pode aumentar, exigindo cautela e diversificação.
Fatores macroeconômicos e institucionais
A rotação de capital depende também de fatores macroeconômicos, como políticas monetárias globais. Medidas de afrouxamento quantitativo, especialmente na China e nos EUA, têm injetado liquidez nos mercados, favorecendo ativos de risco como criptomoedas. Além disso, a entrada de ETFs de Ethereum e o aumento de pedidos para ETFs de altcoins sinalizam maior interesse institucional fora do Bitcoin.
Lista: Condições para uma verdadeira altseason
- Queda da dominância do BTC abaixo de 62%
- Estabilização do preço do Bitcoin em máximas históricas
- Afrouxamento monetário global (Fed, PBoC)
- Aumento da liquidez e do apetite por risco
- Aprovação de ETFs de altcoins
Perspectivas para o segundo semestre de 2025
Apesar dos sinais técnicos e institucionais, analistas alertam que a temporada de altcoins pode ser adiada, não extinta. O mercado aguarda o fim do ciclo de aperto monetário e maior entrada de liquidez para uma rotação mais ampla. Enquanto isso, o Bitcoin segue como principal destino do capital institucional, mas o cenário pode mudar rapidamente caso a dominância recue de forma consistente.
