As taxas dos títulos do Tesouro Direto abriram em forte baixa nesta quarta-feira (3), após uma terça-feira turbulenta que levou os retornos a atingirem os maiores níveis dos últimos anos. A queda ocorre em um cenário de alívio nos ânimos do mercado, que aguarda uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir o câmbio.
Na terça-feira, a taxa do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 subiu 0,11 ponto percentual, alcançando 6,58%, o maior valor em nove anos. Esse aumento seguiu declarações de Lula, que reafirmou que o Banco Central deve prestar contas à população, especialmente aos mais pobres, e não ao mercado, acirrando a tensão com o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Na manhã desta quarta-feira, a atualização das 9h20 do Tesouro Direto mostrou que o juro real do NTNB 2035 recuou para 6,50%. O título com vencimento em 2029, que havia atingido 6,65% de taxa prefixada na terça-feira, caiu para 6,55%. Já o título com vencimento em 2045, que vinha registrando menor volatilidade, diminuiu de 6,53% para 6,47%.
Um relatório do time de Research da XP apontou que as NTN-Bs (Tesouro IPCA+) pagaram um prêmio nesse nível em 30,7% do tempo, considerando um histórico desde 2009. Dois eventos foram determinantes para essa elevação nos juros reais: a crise do subprime nos EUA em 2008 e a crise política interna no Brasil, que teve seu auge em 2016. O valor observado na terça-feira remete aos índices de 2015/2016.
A taxa do Tesouro Prefixado mais curto, com vencimento em 2027, atingiu 12,10% na terça-feira, o maior patamar desde sua emissão, mas recuou para 11,93% na abertura das negociações de hoje. Por sua vez, o título com vencimento em 2031, que chegou a oferecer 12,65% ao ano, caiu ligeiramente para 12,48%.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quarta-feira (3):