Aumento do endividamento e uma ligeira melhora na inadimplência
Os brasileiros tiveram um aumento no endividamento de novembro para dezembro de 2023, ao mesmo tempo em que se notava uma pequena melhoria na situação de inadimplência. De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a taxa de famílias com dívidas a vencer aumentou de 76,6% em novembro para 77,6% em dezembro do mesmo ano.
Apesar desse aumento, a taxa ainda está abaixo do que se foi registrado no mesmo período de 2022, quando 78,0% das famílias estavam endividadas. A média anual para o endividamento apresentou uma queda em 2023, marcando a primeira vez que isso aconteceu desde 2019.
Empréstimos e Renda Baixa
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, considera o endividamento uma parte fundamental do desenvolvimento econômico, visto que o crédito atua como um trampolim para o sistema capitalista. Entretanto, os indicadores de inadimplência são sinais negativos da situação de dívidas, refletindo a estabilidade econômica do país e a renda baixa do brasileiro.
A pesquisa se baseia em diversas formas de dívidas como contas a vencer em várias modalidades, incluindo cartões de crédito, cheque especial, carnê de lojas, crédito consignado, empréstimos pessoais, cheques pré-datados e prestações de carros e casas.
O recente crescimento no endividamento vem como um alerta em relação ao estado de dívidas das famílias brasileiras. No entanto, a situação apresenta um lado relativamente positivo quando analisada em âmbito global; a dívida familiar brasileira perfaz cerca de 30% do PIB, um índice baixo quando comparado a mercados como o americano onde a dívida familiar alcança cerca de 73% do PIB do país.
Contas em atraso e inadimplência
A porcentagem de consumidores com contas em atraso caiu de 29,0% em novembro de 2023 para 28,8% em dezembro de 2023. Durante o mesmo período em 2022, a proporção de famílias endividadas estava mais alta, com 30,0% com contas em atraso.
A fatia das famílias que declararam não ter condições de quitar as dívidas atrasadas, ficando assim inadimplentes, recuou de 12,5% em novembro para 12,2% em dezembro de 2023.
Média Anual: Endividamento e Inadimplência
No ano de 2023, a média anual de endividamento foi de 77,8%, apenas 0,1 ponto percentual abaixo do desempenho registrado em 2022. A taxa de inadimplência anual, entretanto, aumentou de 28,9% em 2022 para 29,5% em 2023. Segundo a CNC, isso reafirma a importância de programas bem estruturados de renegociação de dívidas, contribuindo para a diminuição do número de inadimplentes.