Redução de Juros do Crédito Consignado Ameaça Beneficiários do INSS, Segundo Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) manifestou preocupação sobre o impacto negativo que reiteradas reduções no teto de juros do crédito consignado têm sobre aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A entidade defende que a oferta de crédito tem sido reduzida para aqueles grupos considerados de maior risco – em especial, pessoas com idade mais avançada.
Impacto da Redução do Teto de Juros para Cliente de Mais Baixa Renda
A Febraban argumenta que ao estabelecer o teto de juros em patamar inacessível, acaba-se prejudicando justamente aqueles que se encontram em situação mais vulnerável, incluindo aposentados de mais idade e de baixa renda. Esse público tem se valido do crédito consignado para quitar dívidas e despesas, como contas médicas e aquisição de alimentos.
Redução na Oferta de Crédito Consignado
- Retração na oferta do crédito consignado: A retração na oferta deste tipo de crédito pelos bancos é atribuída à série de cortes no teto de juros. A consequência tem sido um aumento na busca por linhas de crédito mais onerosas, principalmente entre aqueles que estão com o nome negativado.
- Elevação dos custos da oferta: A taxa de juros mais baixa teria tornado o consignado menos atraente para os bancos. Além dos custos de captação, há ainda os custos envolvidos na oferta do crédito através de correspondentes bancários via comissões.
Relação Direta com a Taxa Selic?
O Ministro da Previdência acredita na possibilidade das reduções graças a queda da Taxa Selic de 13,75% para 11,75% ao ano. Entretanto, os bancos argumentam que essa correlação não é direta. É preciso considerar que o prazo médio do consignado é de dois anos, o que remete à necessidade de analisar os juros futuros de igual prazo, que permanecem acima de 10%.
Busca por Condições Mais Acessíveis
Segundo a Febraban, a entidade continuará lutando para ilustrar como as recentes reduções no teto de juros, do modo como vêm sendo feitas, estão trazendo prejuízos à parcela mais vulnerável do público do INSS, que carece de crédito em condições mais acessíveis.
No final do ano anterior, a Febraban encaminhou um ofício à Previdência reclamando da falta de diálogo na definição das reduções dos juros do crédito consignado. Dados do Banco Central citados na ocasião apontavam uma queda de 30% na média mensal de concessões do crédito consignado do INSS desde março do ano passado.