A renda fixa permanece como uma das principais recomendações de investimento para 2024, mesmo para investidores com perfil mais arrojado. De acordo com a equipe de alocação da XP, carteiras mais sofisticadas devem conter até 47,5% de aplicações em renda fixa. Além dos tradicionais títulos públicos e emissões bancárias, a diversificação pode incluir crédito privado, especialmente em ativos isentos de Imposto de Renda (IR), que propiciam retornos mais atrativos do que o Tesouro Direto.
Em relatório recente, analistas do BB-BI consideraram o momento favorável para o crédito privado, destacando a estabilização dos prêmios e o equilíbrio entre oferta e demanda desde maio. Esse cenário é atribuído ao maior conservadorismo dos investidores, influenciado pela volatilidade da taxa de juros e das expectativas inflacionárias. A recomendação é investir em títulos high grade, com nível de segurança e classificação de risco AA ou superior, devido às condições financeiras mais apertadas pela manutenção dos juros elevados.
Entre as opções recomendadas estão debêntures e Certificados de Recebíveis, tanto do setor imobiliário (CRIs) quanto do agronegócio (CRAs), com rendimentos atrelados ao IPCA e ao CDI. Destacam-se, por exemplo, a debênture da CTEEP (TRPLB4) com rendimento de IPCA + 6,4364%, e a debênture da 3R Petroleum (RRRP13) com rendimento de IPCA+ 8,4166% e vencimento em 2033.
A seguir, confira 15 títulos isentos de IR com rendimentos superiores ao Tesouro Direto, recomendados por BB-BI, BTG Pactual e Itaú BBA:
- Armac (CRA022007KH) – CRA, IPCA + 6,6234%, vencimento em 15/06/2029
- Cogna (22E1321749) – CRI, IPCA + 7,9273%, vencimento em 15/07/2029
- Eletrobras (ELET14) – Debênture, IPCA + 6,3170%, vencimento em 15/09/2031
- 3R Petroleum (RRRP13) – Debênture, IPCA + 8,4166%, vencimento em 15/10/2033
- Comerc (COMR14) – Debênture, IPCA + 7,9171%, vencimento em 16/11/2038
- Iguá Rio de Janeiro (IRJS14) – Debênture, IPCA + 8,2000%, vencimento em 15/05/2043
- Iguá Rio de Janeiro (IRJS15) – Debênture, IPCA + 7,1303%, vencimento em 15/02/2044
- Minerva (CRA02300MJ9) – CRA, DI + 1,5000%, vencimento em 15/09/2028
- JSL (CRA024001P7) – CRA, DI + 1,2000%, vencimento em 17/02/2031
- Origem (ORIG21) – Debênture, Pré-Fixado 14,1500%, vencimento em 15/12/2035
- CTEEP (TRPLA4) – Debênture, IPCA + 6,2607%, vencimento em 15/10/2033
- CTEEP (TRPLB4) – Debênture, IPCA + 6,4364%, vencimento em 15/10/2038
- Rumo (RUMOB7) – Debênture, IPCA + 6,1830%, vencimento em 15/05/2033
- Raízen (CRA02300JR6) – CRA, IPCA + 6,2513%, vencimento em 17/10/2033
- Hapvida (22K0934871) – CRI, DI + 0,7500%, vencimento em 15/12/2027
Segundo analistas do Itaú BBA, cada tipo de indexador tem um propósito específico na carteira do investidor. Títulos atrelados ao IPCA são indicados para quem busca ganho real, enquanto os indexados ao CDI são mais adequados para quem deseja menor exposição à marcação a mercado. O Santander também sugere que papéis de crédito, devido à melhor relação risco-retorno, podem ter vencimentos mais alongados do que os títulos públicos.