Com a recuperação geral do mercado acionário, o Índice de Dividendos B3 subiu 4%, para 7.215 pontos em outubro, acumulando alta de 13,6% no ano. Dentro do mesmo intervalo, o Ibovespa registrou valorização de 10,7%.
Apesar do desempenho positivo, o mês passado foi marcado por intensa turbulência, principalmente com a antecipação das eleições do país – que culminou com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na terceira eleição presidencial da República.
Analistas veem pouca mudança nas recomendações de novembro sobre a seleção dos melhores pagadores de dividendos, de acordo com uma pesquisa regular realizada pela InfoMoney.com. Na comparação com outubro, houve apenas 6 variações neste mês, representando apenas 7,6%. No levantamento anterior, a taxa de correção foi de 19%.
Diante disso, o saldo do indicador difere do mês passado, pois a Vibra Energia (VBBR3) volta à lista de destaques selecionados por quatro corretoras. Ela substitui Minerva (BEEF3), que deixou o elenco após ser descartada.
A Vale (VALE3) continua no topo com sete recomendações, seguida pela CPFL Energia (CPFE3) com cinco, Itaú Unibanco PN (ITUB4) e Petrobras PN (PETR4) com quatro cada.
Em um contexto mais amplo, o BTG Pactual destacou em relatório que investidores estrangeiros alocaram R$ 11,7 bilhões adicionais em ações brasileiras em outubro, após entradas líquidas próximas de zero em setembro.
Segundo o banco, as conversas com investidores globais têm demonstrado maior interesse pelo Brasil, principalmente aqueles que buscam reduzir sua exposição à China. Principalmente agora, após a eleição, a agência acredita que a distribuição no mercado interno pode aumentar nos próximos meses.
Mensalmente, o site InfoMoney realiza uma pesquisa de portfólio de ações para interessados em dividendos, apontando as cinco ações favoritas dos analistas. Confira abaixo as empresas selecionadas para novembro:
Vale (VALE3)
A empresa permanece em sete das dez carteiras monitoradas e continua sendo a preferência dos especialistas quando o assunto é dividendos.
A Santander Corretora disse em relatório que a empresa continua sendo a primeira escolha nos setores de siderurgia e mineração, destacando um ponto específico em seu balanço do terceiro trimestre: a revisão do conceito de dívida líquida expandida, atualmente em US$ 13,3 bilhões, nova abordagem, foi de US$ 12,5 bilhões no trimestre anterior.
“A revisão é excluir compromissos operacionais e regulatórios, mantendo a meta de alavancagem de US$ 1-20 bilhões”, explicou a Vale em seu relatório de desempenho. Para o Santander, a explicação é que há espaço para declarar dividendos especiais e/ou recompras de ações de forma mais expressiva.
No Guia, os analistas comentaram que os dados da mineradora para o último trimestre não foram tão animadores, mas os preços ainda estão descontados na bolsa, mais em função de um potencial IPO da unidade de metais básicos (IPO) do grupo. Tal operação, se der frutos, pode liberar valor para a Vale no curto prazo, disse a corretora.
CPFL Energia (CPFE3)
A empresa é a segunda em dividendos e tem cinco opções em novembro.
Em sua análise, o Guide lembrou que a CPFL entregou dados acima do esperado em todas as rubricas do balanço no segundo trimestre, e resultados esperados obtidos no período julho-setembro – com vencimento em 10 de novembro divulgados hoje.
“A empresa continua focando em outras oportunidades de crescimento, embora atualmente esteja muito focada na integração dos ativos de transmissores CEEE-T adquiridos em meados deste ano.”
Vibra Energia (VBBR3)
A empresa, anteriormente conhecida como BR Distribuidora, é uma novidade nos destaques deste mês e faz parte de um grupo de ensaios com quatro indicações. A Vibra – que já era uma das instituições mais recomendadas em setembro – permanece na carteira das três instituições e se junta à seleção do BTG Pactual para novembro.
O banco acredita que o grupo vem acertando todos os seus problemas. “Após uma boa reestruturação, melhorando a rentabilidade e iniciando o processo de transição energética, a nova política de dividendos da empresa demonstra que esta tese de investimento apresenta uma rara combinação de valor + crescimento razoável”, comentou o BTG.
A Ágora também recomendou as ações da Vibra e expressou confiança em sua estratégia de crescimento e diversificação de longo prazo.
A tese de investimento permanece baseada em desacelerações econômicas nos EUA e na China e turbulência política no Brasil, argumentando que uma possível queda nos preços dos combustíveis poderia beneficiar as margens da empresa. Isso beneficiará o capital de giro e os pagamentos de lucros.
Itaú Unibanco (ITUB4)
O banco também recebeu quatro indicações em novembro, incluindo uma da Genial Investimentos, instituição financeira favorita do setor.
Em sua prévia dos resultados do terceiro trimestre, a corretora disse esperar que o Itaú tenha um bom desempenho novamente. O anúncio está previsto para 10 de novembro.
“Acreditamos que a maior dinâmica de inadimplência observada nos bancos também deve afetar o Itaú, mas em menor grau, pois está associada a uma menor concentração de pessoas físicas”, destacou Genial.
Os analistas esperam um forte crescimento de 17,7% na carteira de crédito para o trimestre. Considerando que a corretora elevou seu preço-alvo esperado das ações preferenciais do Itaú para 34 reais até o final de 2023 de 30,30 reais em vigor este ano, a perspectiva é promissora.
Petrobras (PETR4)
A petroleira também manteve quatro recomendações para o mês e encerrou a lista dos mais lembrados. A XP Investimentos é uma das empresas que tem estatais em sua carteira selecionada, mas reduziu seu peso relativo de 5% para 10%.
“Embora ainda acreditemos em um desconto no valor da empresa e no potencial de crescimento nos próximos anos, acreditamos que os riscos políticos aumentaram, bem como o nível de incerteza sobre os possíveis impactos governamentais, afetando despesas gerais e administrativas e outras interrupções, como o subsídio ao preço do combustível da empresa”, explicou a corretora.
Apesar das ressalvas, a avaliação continua positiva em termos de resultados. Para a agência, se a Petrobras continuar operando da mesma forma nos últimos anos (caso base considerado na análise), os dividendos combinados de 2022 a 2026 somariam cerca de 100% do valor de mercado da empresa.
De acordo com os cálculos da XP, a Petrobras deve devolver um dividendo de cerca de 25% este ano, superior aos seus rivais internacionais: 14,3% para as empresas russas e 5,1% para as ocidentais.
A corretora também prevê uma taxa de crescimento anual composta de 4% para a produção de petróleo da empresa no Brasil de 2021 a 2026. implemento. “