O analista Jim Covello, do Goldman Sachs, expressou preocupações sobre a possibilidade de uma bolha no setor de inteligência artificial, comparando-a a eventos passados no mercado de tecnologia. Com mais de 30 anos de experiência em Wall Street, Covello observou que, apesar das altas contínuas nas ações de empresas como a Nvidia, a realidade dos avanços em inteligência artificial pode não corresponder às expectativas do mercado.
Durante sua análise, Covello ressaltou que, embora a inteligência artificial esteja sendo vista como um motor potencial para o crescimento econômico, a ideia de que esta tecnologia levará a uma eficiência crescente com lucros substanciais ainda precisa ser avaliada criticamente. O otimismo em torno da IA gerou um aumento no valor de mercado do índice S&P 500, com um crescimento de quase US$ 16 trilhões desde o final de 2022. No entanto, ele acredita que o momento de “acerto de contas” não está distante, podendo ocorrer nos próximos anos.
Enquanto alguns líderes de mercado, como Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, estão convictos de que a IA trará mudanças tão significativas quanto a eletricidade, Covello e outros céticos afirmam que as expectativas para a aplicação comercial dessa tecnologia podem estar superestimadas. Essa incerteza levanta o risco de uma correção significativa no mercado de ações, que poderia levar as grandes empresas de tecnologia a reavaliar seus investimentos.
Embora a Nvidia tenha adicionado quase US$ 2 trilhões em valor de mercado neste ano, a maioria dos investimentos em inteligência artificial por gigantes como Microsoft, Alphabet, Amazon e Meta, que somam mais de US$ 150 bilhões nos últimos trimestres, ainda não apresentou retornos substanciais. Uma pesquisa indicou que cerca de 42% das empresas que aplicaram recursos em IA não obtiveram resultados significativos até o momento, e Covello expressa dúvidas sobre a capacidade dessas empresas em alcançar um retorno positivo no futuro.
