O Grande Desacordo: Wood e Marks Divergem Sobre os Juros dos EUA em 2024
Em meio às incertezas sobre o prognóstico dos juros nos Estados Unidos em 2024, nem mesmo os maiores investidores do mundo concordam. Entre esses especialistas estão Cathie Wood, CEO e CIO da gestora americana Ark Invest, e Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital Management, que expressaram suas diferentes perspectivas no evento online “Onde Investir 2024”.
Perspectiva de Cathie Wood
Wood argumenta que os 24 aumentos consecutivos na taxa de juros americana entre 2022 e 2023 foram equivocados. Segundo ela, a partir do momento em que os cortes de juros começarem, eles serão acelerados, levando os juros longos a patamares de 3% a 2% até o final de 2024. Para ela, as taxas podem cair muito mais do que a maioria das previsões atuais.
Opinião de Howard Marks
Marks, por outro lado, não acredita que os juros nos Estados Unidos estejam atualmente altos, mesmo estando no patamar mais elevado dos últimos 15 anos, 5,5%. Ele considera o nível atual de juros “normal” e que colocou a inflação no caminho certo. Isso sugere que o Federal Reserve, banco central dos EUA, deve ser cauteloso ao fazer cortes de juros, o que pode decepcionar o mercado que espera uma queda substancial de juros ainda este ano.
Expectativas do Mercado
O comunicado de dezembro do banco central indicou três cortes para 2024, resultando numa redução para a faixa de 4,75% a 4,5% ao ano. Contudo, a estimativa do mercado sugere cinco cortes, chegando a um patamar de 4%.
Marks reitera seu medo de ser otimista demais, pois quando o otimismo se mostra excessivo, há espaço para decepções. Se houverem decepções, haverá perdas.
Copo Meio Cheio ou Meio Vazio?
As opiniões divergentes de Wood e Marks refletem as incertezas sobre o mercado dos EUA em 2024. De um lado, Wood destaca os baixos números de vendas de carros e do setor imobiliário, além de sinais de inadimplência no mercado imobiliário comercial e dificuldades no setor de alimentação.
Marks, por outro lado, alerta para o risco de um aumento da inflação, que poderia levar a uma nova rodada de aumento dos juros pelo Fed. No entanto, seu cenário base prevê juros mais altos nos EUA, entre 3,5% e 3% ao ano, como “novo normal”.
Ele adiciona uma terceira possibilidade, a de que algo “impensável” sempre pode acontecer. Mas entre seguir o consenso do mercado e fazer outras análises, Marks aposta na confiabilidade do Fed.
