Há anos, a poupança é vista como a principal aplicação para quem não quer ver seu dinheiro em risco pela renda variável. Mas com as taxas de juros subindo no Brasil, fica cada vez mais difícil justificar o investimento em caderneta — já que existem alternativas em renda fixa que oferecem a mesma segurança e rendimentos mais altos.
O Brasil tem a segunda maior taxa de juros nominal do mundo, 13,75% ao ano, perdendo apenas para a Argentina (incríveis 75% ao ano). O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve esse patamar em sua reunião de outubro, como o mercado já esperava. E espere que eles permaneçam nesse nível por alguns meses.
Apesar de ser o investimento mais tradicional do Brasil, a caderneta de poupança apresenta alguns dos menores retornos do mercado de renda fixa. É por isso que é possível encontrar investimentos com rendimentos quase 50% superiores aos folhetos.
CDB
Entre os investimentos de renda fixa, os CDBs são os mais conhecidos. Eles estão disponíveis para a maioria dos bancos — e, por conveniência, acabam sendo uma das principais opções para quem deseja transferir suas economias para algo mais lucrativo.
Quem compra CDB dá dinheiro emprestado ao banco para financiar suas atividades de crédito. Em troca, o banco oferece aos investidores uma recompensa — juros — por um determinado período. Essas instituições usam os fundos para realizar empréstimos a terceiros.
Segundo cálculos do Prof. José Carlos Luxo, o CDB, que oferece um retorno de 14,72% ao ano, rende uma taxa de retorno 50% maior do que a poupança. Após dedução da alíquota de imposto de renda de 15% (receita de investimentos mantidos por pelo menos dois anos), a alíquota líquida de imposto é de 12,51% ao ano.
LCIs e LCAs
A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são dois tipos de investimento em renda fixa isentos de Imposto de Renda, que costumam garantir retornos bem superiores ao da caderneta de poupança.
Ambas são muito parecidas com os CBDs emitidos pelos bancos, ou seja, quem compra esses papéis “empresta” dinheiro para uma instituição financeira. Em troca, recebe uma remuneração — os juros — durante o período em que mantiver os recursos aplicados. Do ponto de vista do investidor, não há diferença entre investir em LCI ou LCA — o que muda é o lastro do papel.
Segundo a simulação do Prof. José Carlos Luxo, para obter retornos 50% maiores do que a poupança, LCIs e LCAs precisariam fornecer 12,51% ao ano. Lembre-se, essa alíquota já é patrimônio líquido — afinal, esses ativos, assim como a poupança, estão isentos de imposto de renda.