O panorama atual das empresas brasileiras está melhorando, afirma análise do Bradesco BBI
Segundo um recente estudo do Data Vault do Bradesco BBI, as condições financeiras das empresas brasileiras parecem estar melhorando. A análise, que teve como base os resultados do terceiro trimestre de 2023 de 438 empresas não financeiras do Brasil, sugere que um “ponto de virada” em termos de saúde financeira empresarial pode estar se aproximando.
O que diz a pesquisa do banco?
Os dados usados pelo banco, compilados pelo Centro de Estudos Macroeconômicos Brasileiros da Fipe (CEMEC-Fipe), abrangem 10 diferentes setores: consumo discricionário, produtos básicos, saúde, tecnologia da informação, telecomunicações, utilidades, imóveis, industriais, materiais e energia. Com base em suas descobertas, a equipe do Bradesco BBI, liderada por André Carvalho, destacou algumas razões para o otimismo.
- Após uma tendência de queda desde 2021, as margens Ebitda e os lucros líquidos estão desacelerando e até mesmo se invertendo para ganhos;
- No terceiro trimestre de 2023, as vendas líquidas continuaram a desacelerar, mas os custos ficaram sob controle;
- A expectativa dos analistas é que 2024 seja um ano de melhorias nas margens e redução da alavancagem.
Efeitos previstos para 2024
Os analistas do banco preveem que a recuperação do crescimento cíclico do PIB em 2024 apoiará as vendas líquidas, impulsionando o faturamento. Além disso, a flexibilização monetária e melhores condições financeiras podem aliviar os custos financeiros, enquanto um mercado de trabalho mais frouxo pode aliviar gradualmente as pressões sobre as despesas operacionais.
A análise setorial dos resultados
No terceiro trimestre, três dos 10 setores analisados experimentaram margens decrescentes, três mantiveram suas taxas de lucro estáveis e quatro apresentaram aumentos. Setores como tecnologia da informação, utilidades, imóveis e consumo discricionário ganharam margem, enquanto telecomunicações, materiais e energia tiveram as maiores quedas nas margens.
Melhora da condição financeira das empresas
Outro fator a ser destacado é a melhora na posição de caixa das empresas. Dos 10 setores analisados, seis aumentaram suas posições de liquidez em relação às vendas. E apesar do aumento no múltiplo de alavancagem de 1,2 vez no segundo trimestre para 1,3 vez, o indicador continua abaixo da média dos últimos dez anos.
Projeções otimistas apesar dos desafios
Apesar de um aumento na relação dívida líquida/Ebitda e de algumas pressões financeiras, segundo os analistas do Bradesco BBI, a dívida líquida/Ebitda deve cair 30 pontos-base em 2024. Eles também mantêm a visão de que a maioria das empresas brasileiras ainda está em uma posição financeira relativamente sólida.