Entenda a Alta do Ibovespa e a Queda do Dólar Antes do Natal
A euforia tomou conta do mercado financeiro brasileiro esta semana com o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrando uma alta notável de 0,43% nesta sexta-feira (22), alcançando 132.750 pontos. Esta marca representa uma nova máxima histórica de fechamento em reais. A semana foi positiva para os investidores, com o índice subindo 1,49%, batendo recorde nominal.
O Impacto dos Mercados Globais
No contexto internacional, o desempenho misto dos mercados norte-americanos foi notado com o Dow Jones declinando ligeiramente em 0,05%, enquanto S&P 500 e Nasdaq conquistaram ganhos modestos, com altas de 0,17% e 0,19%, respectivamente.
Um dos focos dos investidores foi o relatório do PCE – o indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Com um resultado abaixo do esperado para novembro, a expectativa de que os juros básicos possam começar a ser cortados pela maior economia do mundo já no início de 2024 aumentou o apetite ao risco.
Comentários de Especialistas
- Greg Bassuk, CEO da AXS Investments, compartilhou com a CNBC que as leituras do PCE são cruciais na avaliação da inflação pelo Fed, gerando otimismo sobre a possibilidade de um ‘pouso suave’ da economia.
- Antônio Sanches, analista da Rico!, destacou o incentivo ao rali de alta do mercado devido ao PCE, aumentando a expectativa de cortes nos juros.
- Leandro Ormond, da Aware Investments, explicou que a desaceleração da inflação observada nos EUA motiva os mercados a se voltarem para ativos de risco, beneficiando tanto os Estados Unidos quanto o Brasil.
Expectativas para o Período de Festas
Entrando na semana entre o Natal e o Ano Novo, é prevista uma certa cautela no mercado financeiro devido ao menor volume de negociações e uma agenda internacional e doméstica mais tranquila. Especialistas, como Sanches, apontam para um possível período de estagnação no Congresso Nacional, com recesso programado até o início de fevereiro, o que pode pausar discussões e decisões fiscais importantes.
Estabilidade nos Treasuries e Perspectivas para a Política Monetária Brasileira
Os yields dos Treasuries dos EUA mantiveram-se estáveis com o retorno dos títulos de dez anos a 3,901%. No Brasil, a curva de juros mostrou-se próxima da estabilidade com os DIs para 2025 e 2027, ambos parados, em 10,55% e 9,71%, respectivamente, enquanto os papéis para 2029 e 2031 apresentaram variações mínimas.
Desempenho de Empresas no Ibovespa e Movimentação do Dólar
Algumas das companhias que se destacaram no Ibovespa foram aquelas ligadas ao mercado interno brasileiro. Os exemplos incluem as ações do Grupo Casas Bahia (BHIA3), com um aumento de 5,20%, Alpargatas (ALPA4), com 4,05%, e Cyrela (CYRE3), com 1,85%.
Por fim, o dólar apresentou uma queda de 0,54% frente ao real, negociado a R$ 4,860 na compra e a R$ 4,861 na venda. Esta tendência de baixa do dólar também foi acompanhada globalmente com o DXY, índice que compara a moeda norte-americana com as principais divisas mundiais, recuando 0,14% na semana, consolidando um declínio acumulado de 1,55%.
O cenário apresentado é uma mistura de otimismo cauteloso e antecipação por parte dos investidores, que continuam atentos aos sinais da economia global e às movimentações internas, preparando-se para qualquer ajuste estratégico para o restante do ano e início do próximo.