O mercado financeiro diminuiu a estimativa de 5,79% para 5,76% do IPCA (inflação oficial) para este ano. A pesquisa com as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos está no Boletim Focus desta semana (19), divulgado pelo Banco Central (BC).
A inflação projetada para 2023 é de 5,17%. As previsões para 2024 e 2025 são, respectivamente, de 3,5% e 3,1% de inflação.
A estimativa para o ano de 2022 é maior do que o limite de inflação que deve ser perseguido pelo Banco Central. A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, o percentual mínimo é de 2% e o máximo é de 5%.
A previsão do mercado para a inflação em 2023 também está acima do limite estabelecido. As metas para 2023 e 2024 são de 3,25% e 3%, respectivamente, com os limites de 1,5 ponto percentual. Em outras palavras, para 2023, os limites são de 1,75% e 4,75%.
Em novembro, a alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis fez a inflação subir 0,41%. O IPCA subiu 5,13% no ano e 5,90% em 12 meses, segundo o IBGE.
Taxa de juros
O Banco Central usa a taxa Selic, que é de 13,75% ao ano, como principal instrumento para atingir a meta de inflação, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no mesmo patamar de janeiro de 2017, quando alcançou o seu maior nível.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária está agendada para os dias 31 de janeiro e 1.º de fevereiro de 2023. A expectativa do mercado é que a Selic permaneça nos atuais 13,75% nessa primeira reunião do ano. A taxa básica deve cair para 11,75% ao ano até 2023. Para 2024 e 2025, a expectativa é de Selic em 9% e 8% ao ano, respectivamente.
A taxa de juros subindo impede o aumento da demanda e consequentemente dos preços, pois o crédito fica mais caro e a poupança é incentivada. Taxas mais altas dificultam a economia. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores para determinar os juros cobrados dos clientes, como risco de não pagamento, lucro e despesas administrativas.
O Copom costuma diminuir a Selic quando quer que o crédito seja mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que, por sua vez, reduz o controle da inflação e aumenta a atividade econômica.