O Brasil enfrenta um cenário de aumento na percepção de risco fiscal após a divulgação de um pacote de cortes de gastos que não atendeu às expectativas do mercado. Com isso, os juros futuros estão em ascensão, levando os analistas a preverem que o Banco Central precisará intensificar o aperto monetário para controlar as expectativas de inflação.
Na última segunda-feira (09), as projeções para a taxa Selic, o dólar e o IPCA foram revisadas para cima, com a inflação sendo estimada acima do teto da meta para 2025 pela primeira vez.
Expectativas do Copom
Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorrerá nos dias 10 e 11, a maioria dos especialistas agora espera um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, uma revisão significativa em relação à expectativa anterior que variava entre 0,50 e 0,75 ponto percentual.
Impactos nos Investimentos
Essa situação tem pressionado os ativos de risco, como as ações, e, por outro lado, tem tornado a renda fixa, especialmente os títulos pós-fixados, mais atrativa, visto que estes têm menor volatilidade.
Ainda que os títulos prefixados e indexados à inflação estejam sendo desvalorizados pela alta dos juros, uma compra neste momento pode resultar em bons retornos se mantidos até o vencimento. No Tesouro Direto, outros títulos indexados à inflação, além do Tesouro IPCA+ 2029, já estão próximos ou acima de um retorno de 7% ao ano mais IPCA, um índice historicamente elevado.
Esses papéis oferecem proteção contra a inflação, sendo uma boa opção para investimentos de longo prazo.
Além disso, os títulos de crédito privado, que são incentivados e isentos de imposto de renda, ainda apresentam oportunidades com rentabilidades atrativas em comparação aos títulos públicos equivalentes. Para dezembro, instituições financeiras como BTG Pactual e Itaú BBA emitiram relatórios com recomendações para que investidores aproveitem as altas taxas na renda fixa.