Os fundos de hedge nos Estados Unidos estão adotando uma postura cautelosa em meio à aproximação das eleições presidenciais, realizando vendas estratégicas para garantir liquidez. Desde maio, mesmo com o mercado atingindo novos recordes, esses gestores têm diminuído suas alavancagens líquidas, que atingiram o menor nível desde janeiro, conforme dados do Goldman Sachs.
Neste contexto, a presença desses fundos em setores como tecnologia, mídia e telecomunicações também foi reduzida para níveis mínimos. Essa estratégia não reflete uma previsão de queda desses setores, mas sim uma preparação para uma campanha eleitoral potencialmente turbulenta. De acordo com Jonathan Caplis, CEO da PivotalPath, a venda de ativos é uma medida de prudência, permitindo que os gestores mantenham recursos disponíveis para aproveitar oportunidades que possam surgir com a volatilidade do mercado.
A incerteza política é um fator que contribui para essa estratégia. Enquanto os democratas ainda definem seus candidatos, a agenda econômica proposta pelo ex-presidente Donald Trump levanta preocupações sobre inflação e a saúde financeira do país. Nesse cenário, o comportamento dos mercados tende a se tornar mais errático, algo que os fundos de hedge, conhecidos por suas táticas de compra e venda, observam de perto.
Historicamente, a exposição dos fundos de hedge a ações diminui antes das eleições, seguido por uma reavaliação e aumento de posições logo antes da votação. Apesar da atual exposição líquida ainda ser superior à média de longo prazo para ciclos eleitorais, há espaço para novas vendas. Caplis destaca que eventos políticos significativos costumam gerar um aumento na volatilidade antes de análises mais profundas.
As abordagens dos fundos de hedge em relação a eventos políticos variam, podendo envolver a identificação de setores promissores e uma avaliação do apetite de risco do mercado. Um exemplo desse comportamento foi observado em 2016, quando a vitória de Trump surpreendeu e levou a um aumento no mercado, contrariando as expectativas de queda.
Com a proximidade das eleições e os preços das ações em alta, muitos investidores estão se mostrando cautelosos e buscando orientações sobre como se posicionar. Don Steinbrugge, da Agecroft Partners, observa que a demanda por gestores de fundos tem aumentado, indicando que os investidores estão mais preocupados com as avaliações do mercado do que adotando estratégias passivas, como a compra de fundos de índice.