A Qualicorp (QUAL3) deu um passo significativo em direção à assinatura de um acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU). A informação foi divulgada pela própria empresa, que destacou que as autoridades indicaram a viabilidade do acordo, desde que certas condições sejam atendidas.
A companhia revelou que o Ministério Público Federal (MPF) iniciou um processo civil por improbidade administrativa envolvendo terceiros e uma de suas controladas. No entanto, a Qualicorp espera que, com a assinatura do acordo de leniência, essa unidade seja excluída do passivo da ação. Essa movimentação segue a conclusão de um comitê de apuração que investigou acusações que datam de 2014.
Entre os termos do acordo, está previsto o pagamento de uma multa total de 43,5 milhões de reais, a ser quitada em 12 parcelas. As acusações contra o fundador e ex-presidente da Qualicorp, José Seripieri Filho, remontam a 2020, quando o MP alegou que ele organizou e coletou doações não registradas, utilizando caixa 2, para a campanha senatorial de José Serra em São Paulo, em 2014.
O conselho de administração da Qualicorp aprovou a proposta de assinatura do acordo e convocou uma assembleia extraordinária para que os acionistas decidam sobre a isenção de responsabilidade de Seripieri Filho em relação a seu papel como antigo administrador da empresa. Caso a exoneração não seja aprovada, o acordo com as autoridades poderá ser anulado.
Além disso, a assembleia também discutirá a possibilidade de dividir o pagamento da multa, com um limite de 20 milhões de reais a ser coberto por Seripieri Filho. A Qualicorp conta entre seus principais acionistas com o grupo de medicina Rede D’Or (RDOR3).